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Eu era professora em um programa para jovens aprendizes, e fazia sempre questão de discutir questões de gênero na sala de aula. Um dia, em uma turma nova, estávamos falando sobre o preconceito que mulheres sofrem no trânsito, contei que demorei seis anos pra tentar tirar carteira mas que, quando tentei, consegui de primeira. Um dos meus alunos levantou a mão e perguntou “quanto foi o suborno?”. Alguns outros esboçaram risadas mas pararam assim que viram a minha expressão. O menino imediatamente pediu desculpas, dizendo que estava brincando. Eu respondi que eu era segura o suficiente pra não me sentir ofendida por um comentário tão parvo, mas que esse tipo de pensamento era inadmissível, tanto em seu conteúdo quanto na premissa de que se pode dizer o que bem entender com a desculpa de ser brincadeira. Acabou que o comentário infeliz gerou uma discussão muito produtiva na turma.