M.

Tenho 18 anos e me envolvi com um rapaz de 29. Sempre o respeitei e ele sempre soube de minha postura feminista, portanto eu nunca imaginei o que aconteceria entre nós. Costumávamos ir até o apartamento dele para ver filmes e acabávamos transando sempre. Eu estava de viagem marcada nesse dia e ficaria um mês fora, então ele me chamou para “se despedir”. Nos encontramos e transamos, mas no meio do ato, ele se retirou e voltou, vi um flash atrás de mim… Pensei no pior, pedi pra parar “você está me filmando!” quando peguei o celular dele estava com a câmera ativada. Pedi pra ele parar, ele deu mil desculpas esfarrapadas, disse que era só pra ele, que não ia mostrar pra ninguém, que iria perguntar se podia porque estava “procurando o ângulo certo” na hora em que percebi tudo. Fiquei revoltada… Ele falou “Não sei por que está tão brava, eu não ia mostrar seu rosto é só um corpo”. Me levantei e disse “É o MEU CORPO!”. Ele me levou pra casa e tive que escutar coisas horríveis, como se eu devesse me sentir agradecida por ele querer me filmar, que aquilo era um elogio e que se por ventura ele tivesse gravado e perdido o celular, o problema seria meu se alguém me reconhecesse pela minha bunda e que aquilo era uma “objetificação boa” do meu corpo. Não discuti, mas permaneci irredutível. Nunca mais nos falamos.